segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Obesidade...
A obesidade está a registar um crescimento alarmante nos países ocidentais, de tal modo que poderá tornar-se na epidemia do século XXI. Um alerta a levar muito a sério.
Artigo retirado da revista Máxima
Por Rosário Lopes
O aviso foi dado recentemente pela Organização Mundial de Saúde, que chama a atenção para as trágicas consequências (morte prematura) das doenças causadas pelo excesso de gordura.
Em Portugal, o número de obesos também aumentou, especialmente à custa das mulheres. Estima-se, aliás, que metade da população tenha excesso de peso e que 15 por cento está mesmo obesa. Além das questões estéticas, o excesso de gordura está associado a várias doenças, nomeadamente cardiovasculares e respiratórias, hipertensão, diabetes e síndrome metabólica, maioritariamente responsáveis pelas mortes prematuras. A obesidade evidencia-se pelo excesso de gordura corporal. O nosso corpo tem 30 a 40 biliões de células gordas. Cada uma funciona como se fosse um reservatório. Quando se ingerem mais calorias do que as necessárias para a imediata produção de energia, o excedente vai para estas células, onde fica armazenado como gordura. A nossa capacidade para armazenar gorduras é ilimitada, o que pode ter um efeito profundo sobre o nosso corpo e a nossa saúde.
As dificuldades respiratórias podem ser o primeiro sinal de alarme. A acumulação de gordura no abdómen torna a respiração mais difícil quando se está na posição de sentado, porque limita o espaço de extensão dos pulmões. Além disso, mesmo uma pessoa moderadamente obesa transporta constantemente uma carga desnecessária nas costas e nas pernas. Isto pode ser um fa-ctor de risco para o desenvolvimento e/ou agravamento de artrites degenerativas.
A Organização Mundial de Saúde apresenta a seguinte tabela de classificação do IMC:
• Menos de 18,5 – Peso abaixo do normal
• 20 a 25 – Normal
• 25 a 29,9 – Excesso de peso
• Acima de 30 – Obesidade
• Acima de 40 – Obesidade mórbida
A obesidade está ainda relacionada com um grande número de doenças crónicas, como a diabetes tipo 2, a hipertensão arterial e alguns tipos de cancro. O fígado também passa a produzir mais triglicéridos e colesterol. Tem-se verificado, nos últimos anos, um aumento na incidência de doenças crónicas associadas à obesidade, que fazem aumentar a morbilidade e mortalidade da população mundial. Só nos EUA estima-se que 24 por cento da população adulta sofra de síndrome metabólica (SM).
De acordo com o Professor Alberto Galvão-Telles, director do Núcleo de Endocrinologia do Hospital Cuf--Infante Santo e presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), a síndrome metabólica “caracteriza-se por um conjunto de alterações metabólicas (alterações da homeostase da glicemia e dislipidemia) e outras (hipertensão arterial e obesidade abdominal), que dão origem a patologias graves, nomeadamente à doença cardiovascular e à diabetes tipo 2”.
O tratamento da SM deve começar pelo combate à obesidade e ao sedentarismo. Para Galvão-Telles, “não é possível qualquer resultado positivo sem uma intervenção nestes dois factores desencadeantes das diferentes componentes da síndrome metabólica”.
“De todos os estudos clínicos até agora realizados, torna-se evidente que o aumento regular e continuado da actividade física, associado a um regime alimentar saudável, tendo em vista a redução ponderal, é o tipo de prevenção com resultados mais satisfatórios”, salienta Galvão-Telles, que dirige o Grupo de Combate à Obesidade, criado no seio do Ministério da Saúde.
Mas como se distingue a obesidade do excesso de peso? Quando olha para os números que aparecem na sua balança, ao pesar--se, não fica a saber se o seu corpo tem muita ou pouca gordura. Uma pessoa muito musculada pode ser classificada como tendo excesso de peso, de acordo com as tabelas normais de altura/peso, uma vez que o músculo pesa mais do que a gordura. Pelo contrário, muitas pessoas com um peso considerado ideal podem ter demasiada gordura corporal e pouco músculo. Assim, é importante conhecer a verdadeira composição do seu corpo e perceber se aqueles “quilos a mais” que a balança acusa apontam no sentido da obesidade.
Existem duas formas de tecido gordo: a gordura essencial (aproximadamente quatro por cento para o homem e 10 por cento para a mulher) e a gordura subcutânea. A primeira serve como absorvente de choques e escudo protector para os órgãos vitais, como o coração, fígado, rins, cérebro e medula espinal. Durante uma perda de peso, esta gordura sofre apenas uma redução mínima. A gordura subcutânea, armazenada debaixo da pele, actua como um isolante contra o frio e o calor. Qualquer excesso de calorias derivado da alimentação é ali guardado como gordura. A obesidade pode ser definida como um armazenamento excessivo de energia sob a forma de gordura. E, sendo o peso da gordura e não o peso total que determina o risco para a saúde, é necessário manter os níveis de gordura nos valores normais recomendados. Assim, reduzirá o risco de sofrer de muitos problemas de saúde associados ao excesso de gordura. Para saber se estamos perante um caso de excesso de peso ou um caso de obesidade e o grau respectivo, utiliza-se o Índice de Massa Corporal (IMC), uma ferramenta de cálculo usada frequentemente pelos nutricionistas para determinar a prevalência das situações de baixo peso, excesso de peso e obesidade em adultos. O IMC obtém-se dividindo o peso corporal (em quilogramas) pelo quadrado da estatura (em metros), ou seja, IMC = Peso/(Estatura x Estatura). Convém não esquecer que o IMC é apenas um indicador. Deverá consultar o seu médico e seguir uma dieta equilibrada. Comer bem não é comer muito, é comer de forma inteligente e saudável.
Outro artigo que encontrei numa pesquisa e da responsabilidade da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade;
OBESIDADE Prevenção e Terapêutica
Foi recentemente editado pela Editorial Presença, o livro OBESIDADE Prevenção e Terapêutica. O texto baseia-se nas conclusões da Conferência de Consenso, organizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, e, numa estrutura simples e directa, debruça-se sobre os temas como a definição, classificação e riscos da obesidade, analisando ainda a sua prevenção e tratamento, incluindo dois capítulos dedicados exclusivamente à obesidade nas crianças e adolescentes.
Escrito por 24 especialistas em saúde e coordenado por três endocrinologistas, Alberto Galvão-Teles, José Pedro Lima Reis e Teresa Dias, o livro baseia-se nas conclusões da Conferência de Consenso, organizada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), realizada em Fevereiro de 2006. Em março de 2008, o resultado foi actualizado e deu origem à presente obra.
Uma ferramenta essencial para médicos e doentes sobre o combate à obesidade considerada pela Organização Mundial de Saúde a epidemia do Século XXI.
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4 comentários:
é verdade a vida sedentária que levamos,
aliada á má alimentação e falta de exercício,
torna este século cheia de pessoas doentes pelo excesso
de peso, muito bom este teu alerta
beijos
Olá Luna,quase toda a gente tem problemas de peso... Temos mesmo que mudar os nossos hábitos...
beijinhos
Quem me dera ser elegante!
Mas com os petiscos que nos oferecem...
Beijinhos Alda
Isabel
Pois é Isa, só temos uma solução, é colocar um adesivo na boca!!!
Beijinho
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